BOLETIM IMLB

BOLETIM IMLB
BOLETIM NÚMERO 03 IMLB/MPMPL- REFORMA POLÍTICA DO POVO

segunda-feira, 23 de maio de 2011

PELA MORALIZAÇÃO DA POLÍTICA

PREZADOS INTERNAUTAS, REPASSEM ESTE INFORMATIVO A TODOS SEUS CONTATOS, CLIQUEM EM www.mpmpl.org , NO MENU “MANIFESTO 2011-ENVIAR” E ENVIEM O MANIFESTO PRÓ REFORMA POLÍTICA DO POVO


PREZADO INTERNAUTA, EIS PORQUE PRECISAMOS DE UMA REFORMA POLÍTICA COM O AVAL DA SOCIEDADE REIVINDICANDO ALGUNS ÍITENS COMO OS ABAIXO CONSIGNADOS:.COLABORE, NÃO SEJA UM ELEITOR ALIENADO--REPASSE ESTE INFORMATIVO A TODOS SEUS CONTATOS, CLIQUE NO SITE www.mpmpl.org E NO MENU “MANIFESTO 2011-ENVIAR” E, EM SEGUIDA, ENVIEM O MANIFESTO PRÓ REFORMA POLÍTICA DO POVO.

SERIAM, POR EXEMPLO, COGITADOS OS PRINCIPAIS ITENS REIVINDICADOS PELA SOCIEDADE:

VOTO FACULTATIVO; Trabalho e quorum integral, de segunda à sexta-feira ; introduzir a Lei Recall, complementação da Lei FICHA LIMPA. reduzir o número de parlamentares nos três parlamentos do Poder Legislativo para que tenhamos uma representatividade justa e proporcional à população de nossas unidades federativas e dos respectivos municípios; reduzir, nos três parlamentos do Poder Legislativo, o número excessivo de diretores, de funcionários, de cargos de confiança e de assessores; fazer cumprir o Art. 5 da EC 19/98 (Reforma Administrativa) , em todas as Casas Legislativas do país, o qual veda o acréscimo de outra espécie remuneratória(reuniões extraordinárias, audiências públicas, auxílio-paletó, etc). além do SUBSÍDIO que deve ser em parcela única. NOTA: O STF acaba de julgar INCONSTITUCIONAL o pagamento pela participação em reuniões extraordinárias a deputados estaduais. Por que, então, não aplicar essa norma aos parlamentares de todo o PODER LEGISLATIVO ? Basta de reformas políticas fatiadas !



RESPEITOSAMENTE., AS DIRETORIAS DO MOVIMENTO POPULAR PRÓ-MORALIZAÇÃO NO PODER LEGISLATIVO- MPMPL- JUIZ DE FORA – MG E DO INSTITUTO MÃOS LIMPAS BRASIL ( IMLB-SP)

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Temos o prazer de convidá-lo (a) para participar do grupo virtual do Instituto Mãos Limpas Brasil, que está discutindo tudo sobre a corrupção e as estratégias para combatê-la. O foco das atividades deste grupo é a corrupção do poder público e todas as formas de malversação do dinheiro público, inclusive as mordomias de vereadores, deputados e senadores. É do Congresso Nacional e do Governo Federal que nascem os maiores veios de nossa corrupção. Como o exemplo vem de cima, a epidemia se espalhou para todos os estados e prefeituras do Brasil. São bilhões e bilhões de reais desviados de verbas públicas como a educação, saúde, saneamento básico, etc. para o bolso de milhares e milhares de corruptos, que gozam de uma impunidade espetacular. Envie suas idéias e propostas para o grupo, contribuindo assim, para fortalecer o movimento que vai tirar o sono dos donos e locatários do Poder que fizeram da política o maior balcão de negócios da História do Brasil e quiçá da História Universal - www.maoslimpasbrasil.com.br
Para se inscrever em nosso grupo virtual , acesse : http://br.groups.yahoo.com/group/maoslimpasbrasil





PROJETOS E ATIVIDADES PARA VOCÊ CONHECER, DEBATER E PARTICIPAR

I - PROJETOS

1.NIÓBIO (mineral estratégico exportado pelo Brasil)

2.REFORMA POLÍTICA

3. SALA DO CIDADÃO

4. ECONOMIA AO ALCANCE DE TODOS

5. AÇÕES ESPECIFICAS DE COMBATE À CORRUPÇÃO

6. QUALQUER PROJETO DE COMBATE À CORRUPÇÃO OU DE PROMOÇÃO

DA ÉTICA QUE VOCÊ QUEIRA COORDENAR.

7. ABERTURA DE FILIAL DO INSTITUTO NA SUA CIDADE

II - ATIVIDADES INTERNAS

1. ADMINISTRAÇÃO GERAL - cadastro, organograma, RH.

2. SITE - www.maoslimpasbrasil.com.br

3. FORMAÇÃO DE LIDERANÇAS PARA O INSTITUTO

III - DIVULGAÇÃO DO IMLB

1. ARREGIMENTAÇÃO DE MILHARES DE NOVOS ASSOCIADOS ATRAVÉS DE CONVITES ENVIADOS PELA INTERNET.

2. PROJETO UM MILHÃO DE E-MAILS

O ESTATUTO DO IMLB NESTA PÁGINA:

http://www.maoslimpasbrasil.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=1:estatuto-social&catid=1:estatuto-social&Itemid=2

PARA SE COMUNICAR COM A DIRETORIA DO IMLB:

mtnoscalil@terra.com.br

skype: mtnos.calil

Fone: 11 - 9502-5143

PARA SE COMUNICAR COM O DR. ADRIANO BENAYON:

abenayon@brturbo.com.br

Alberto Figueiredo - Coordenador Regional Cabo de Santo Agostinho - Pernmabuco
ajcbf2007@gmail.com - (81) 3479.2986 / 8859.9178

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Série de entrevistas com fundadores e coordenadores do IMLB

Prosseguindo em nossa série de entrevistas com fundadores e coordenadores do IMLB, a serem publicadas no site do Mãos Limpas, www.maoslimpasbrasil.com.br damos continuidade à entrevista com José Barboza da Hora, colocando duas novas perguntas




A

José Barboza da Hora

Rio de Janeiro



5. ML - Qual é a avaliação que você faz destes primeiros meses do Governo da Dilma?
BARBOZA: Muito mais importante do que a minha resposta, foi a estratégia da pergunta..., porque ela, tem a oportunidade de demonstrar à todos..., (o que a Mídia Nacional, propositalmente não informa), o permanente engodo exercido pela política brasileira, onde todos os segmentos (esquerda, centro e direita), são farinha do mesmo saco, todos são subalternos a um pequeno grupo internacional, que Jânio Quadros, chamou de "Forças Ocultas" (o Sistema Financeiro, monopolizador de quase toda economia mundial)....Notem um detalhe: o último Presidente, um homem vindo do povo , um trabalhador do baixo clero e a Presidente atual, uma mulher revolucionária que pegou em armas , os dois , tinham pela suas raízes , o dever de lutar a favor da soberania da pátria e o que vemos, é o contrário, até o momento, (até o momento repito) a atual Presidente e o anterior durante os seus 8 anos de mandato, os dois , sendo porta-vozes dos interesses dos exploradores da riqueza nacional.
6. ML - Os empresários nacionais estão se queixando do modelo econômico adotado pelo PT que está promovendo a desindutrialização
do Brasil provocada por um conjunto de fatores como a desvalorização do dólar, a tributação excessiva, a falta de infra-estrutura, etc.
Que recomendação você faria a eles para resolver esse problema, se é que existe alguma solução?
BARBOZA: A solução é a que está sendo feita pelo MLB, informando na internet, que devemos repassar ao povo brasileiro, que não somos um país soberano..., A mídia e a classe política são simples representantes dos interesses do grupo que me referir na pergunta anterior......Não poderia deixar de citar o exemplo de uma das maiores figuras do Brasil e que por acaso e orgulho nosso , pertence ao MLB, trata-se do cidadão que como Embaixador, sempre defendeu com coragem e destemor a soberania nacional e continua sendo um dos maiores economista, com conhecimentos profundos e verdadeiramente defensor do nacionalismo brasileiro..., o nosso companheiro ADRIANO BENAYON.

Perguntas anteriores já respondidas:
1. ML - Conte um pouco da sua história de vida. Você ainda hoje se considera um matuto?
BARBOZA - Eu nascí na roça e tive a minha formação pessoal com os matutos, eu agradeço a Deus por essa minha origem e faço questão de conservar essas características dos matutos, sobretudo a lealdade e a bondade, usando a intuição e o coração...Um dos axiomas dos matutos diz: "As coisas mais lindas da vida, não podem ser vistas nem tocadas, mas sim sentidas pelo coração". Nada do que vivemos tem sentido se não tocarmos o coração das pessoas.

2. ML - E que espaço você dá para a lógica?
Barboza - Veja que nas várias discussões que tive nos últimos 3 ou 4 anos, mesmo percebendo que tinha razão, sempre procurei não atropelar as pessoas, porque os assuntos, são menos importantes do que a dignidade humana. Me oriento pela intuição, porque as informações acadêmicas nem sempre são confiáveis . Sobre os fatos científicos e os verdadeiros como é o caso do desvio do nióbio, tenho que aceitá-los. Há alguns anos atrás, tive uma grande discussão civilizada com Benayon, onde eu estava defendendo a implantação da Lei Recall (direito do eleitor cassar o mandato dos políticos). O Dr. Benayon me escreveu dizendo: "Barboza existe outras grandes questões no mundo mais urgentes do que a Lei Recall, nós temos é que frear o desvio das nossas riquezas nacionais" Na época eu discordei e continuei a bater na tecla do Recall. Benayon naturalmente percebendo a minha falta de conhecimento ao nível das grandes maracutaias internacionais, educadamente encerrou a discussão dizendo: Barboza eu não sou contra a Lei Recall, acho excelente para o Brasil, mas no momento eu acho que devemos primeiro tentar evitar que bilhões de dólares que falsos e traidores governantes , aliados aos agiotas estrangeiros, estão sucateando do patrimôniio nacional. Hoje vejo que o Benayon estava certo. Então antes da Lei do Recall e da Sala do Cidadão, é fundamental lutarmos pelo NIÓBIO É NOSSO.

3. ML - Ná década de 80 você pertenceu à cúpula do PTB do Rio Janeiro atuando no partido ao lado do Roberto Jefferson. Porque você largou o PTB?


BARBOZA - Eu entrei no PTB para tentar inocular na classe política um sonho... simplesmente colocar nos trilhos da ética, os políticos, através da inclusão na Lei Eleitoral, a Lei do Recall. O baixo clero (os delegados pobres do partido) me escolheram para fazer parte do Comando do PTB, que estava super mal administrado no RJ: faltava dinheiro para pagar o aluguel, luz, telefone, etc. (os donos do partido, pagavam as contas com muito atraso e queriam tudo de graça). Me colocaram como Tesoureiro Geral e Presidente do Centro de Estudos do Partido. Como Tesoureiro, tomei uma atitude simples que causou uma verdadeira revolução: numa grande reunião, pedí a todos que aprovassem a seguinte medida:

Todas as pessoas que tinham empregos doados pelo partido (eram cerca de 300, todos filhinhos dos notáveis e donos do partido) que descontassem em folha um pequeno percentual (3%) para o Partido. O baixo clero, explodiu de satisfação e por pressão , foi aprovada a medida, que jorrou dinheiro para todas as despesas e compras de materiais (cadeiras, mesas, armários etc). Mas o meu sonho do Recall foi sempre bloqueado pelos notáveis. Saí do Partido e escreví o livro "O Caminho Para os Anos 2000" , que estimulou um grupo de pessoas de Madureira e Realengo a fundarem o Movimento Ético Brasileiro. Esses fundadores me convidaram para ser o Presidente.

4. ML - Qual é o caminho que você sugere para o século XXI?
BARBOZA : O Caminho , é a nossa presença autêntica, focada, lúdica, harmoniosa e sobretudo com a nossa consciência do nosso verdadeiro Ser Interior...O Caminho é não estarmos no passado nem no futuro e sim no presente, porque o futuro é o momento presente...Quando estamos libertos da inconsciência que é um labirinto de Mil e Uma Portas falsas, a nos envolver num turbilhão de pensamentos na sua maioria maléficos..., quando percebemos esse entrave psicológico que alimenta o medo, a ansiedade, a depressão e outros similares para 98% das pessoas, quando enxergamos isso, temos a certeza que iniciamos a nos encontrar com o Caminho da Iluminação... E nesse Caminho , percebemos que existe algo mais lindo e precioso do que as belezas externas...Algo que não pode ser descrito com palavras, apenas sentimos e absorvemos....algo inefável e divino, vindo da essência profunda e sagrada do campo magnético da vastidão cósmica do Universo...Nós somos uma unidade com o Universo....A inconsciência bloqueia esse sentimento, porque ela sempre nos ludibria com inúmeros e falsos pensamentos...Com essa percepção , estaremos aptos a andar no Caminho de Luz no Século XXI.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

CONTINUAÇÃO: Entrevistas com Dr. Adriano

TEMAS: CORRUPÇÃO DAS PRIVATIZAÇÕES, ENTREGUISMO DE FHC E DE LULA, CAPITALISMO X ECONOMIA DE MERCADO.





* Adriano Benayon é doutor em economia pela Universidade de Hamburgo, ex-diplomata do Itamarati e autor do livro Globalização versus Desenvolvimento .



Prezados brasileiros que não são contemplados com os esquemas de corrupção vigentes em nosso pais.






Temos o prazer de informar que o Dr. Adriano Benayon, por indicação de José Barboza da Hora, um dos fundadores do Instituto Mãos Limpas Brasil, assumiu a coordenação do projeto Nióbio, que será objeto de uma intensa campanha na internet. O nióbio é um mineral estratégico que estaria sendo dado de mãos beijadas para as grandes potências seguindo as práticas entreguistas que passaram a dominar o Brasil desde a morte de Getúlio. O tão aclamado Presidente JK, promoveu, muito antes de Collor, um dos capitulos mais importantes da história do "entreguismo nacional", ao abrir escancaradamente o mercado brasileiro para as industrias estangeiras de automóvel, sendo que até hoje, não temos sequer uma indústria brasileira de veiculos auto-motores, o que obviamente não se deve à falta de competência dos brasileiros que foi muito bem demonstrada na Embraer, com a construção de aeronaves exportadas para as grandes potências. Imaginem onde estaria o Brasil hoje em termos de desenvolvimento social e econômico não fossem os presidentes entreguistas que tomaram de assalto o Poder, através de eleições pseudo-democráticas! Quando o Brasil for governado por verdadeiros estadistas - e só assim - ele se transformará numa grande potência. Até lá cabe a todos os brasileiros que não trairam a sua Pátria e não se submeteram ao dominio dos DPM - donos do poder mundial, lutar de todas as formas possiveis pela independência econômica do Brasil, independência esta que é a condição básica para que nosso país ocupe o lugar que merece no cenário internacional, onde foi ultrapassado por muitos paises que adotaram estratégias do verdadeiro desenvolvimento nacional. Ai vai a segunda entrevista de Benayon, como parte do nosso projeto "Economia ao Alcance de Todos" que vai revelar todo o contéudo da caixa preta que domina a corrupção econômica do Brasil.






ML - O sr. tem se referido enfaticamente ao processo de corrupção de Fernando Henrique Cardoso e sua turma, vinculando-o às chamadas privatarias. Na sua opinião o processo de corrupção de Lula e sua turma não teria nenhum esquema entreguista envolvido? Outra eventual diferença seria a dimensão do enriquecimento ilícito das duas turmas. Por exemplo: o patrimônio rural de FHC seria muito maior do que o de Lula? O de Serra muito maior que o de Zé Dirceu ou Genoino?






AB - Sim, considero que as privatizações realizadas, em grande escala, durante os mandados de FHC representam o maior exemplo mundial, de todos os tempos, em matéria de corrupção, pois, de outro modo, não poderia ter havido o que houve. E o que houve? Estatais federais, bancos e estatais estaduais entregues, não apenas de graça, mas fazendo a União gastar centenas de bilhões de reais. Essas empresas e bancos valiam mais que dezenas de trilhões de dólares. Isso porque seu valor na época já era inestimável, insuscetível de ser medido em moedas criadas à vontade por bancos centrais a serviço de banqueiros golpistas, que levaram ao maior caos financeiro da história e desencadearam a depressão mundial, que deve durar mais e ser mais profunda que a famosa dos anos 30. Então, como é possível, sem a mega-corrupção presente, entregar aqueles patrimônios fantásticos acrescidos de vários presentes, como dinheiro em caixa, estoques, liquidação onerosíssima de passivos trabalhistas, doação de créditos fiscais, (por exemplo, havendo ágio no leilão, essa parte foi compensada por créditos fiscais), financiamentos privilegiados etc. etc., pagamento em títulos podres do preço estipulado nas fraudulentas avaliações, e gastando centenas de bilhões de dinheiro dos contribuintes, para dar tudo não só de graça, mas, sim, por preço líquido negativo?






ML - Por que razão o sistema precisaria exagerar tanto nessa busca de vantagens e mais vantagens, chegando ao absurdo de dar tudo de graça? Para que tamanho exagero?






AB - O saqueio das estatais através das ‘privatizações’ foi, repito, o maior que já se fez no Brasil e no Mundo. E não foi o único que se fez no Brasil. Sabemos todos nós que houve muitos e enormes, durante o período mais nefasto da história do Brasil, os oito anos de FHC, antes dele e depois dele. Para ficar só nesse período brutal, grupos financeiros mundiais, associados a alguns grupos locais e com a ajuda de testas-de-ferro, se apoderaram daqueles patrimônios colossais e, em vez de pagar, ainda receberam incríveis subsídios por isso. Então, eu diria o seguinte: desde que o mundo é mundo, quando os saqueadores encontram pouca resistência ou têm meios de neutralizar a resistência, raras vezes eles se autolimitam, moderando o saqueio.






São conhecidos muitos exemplos, ao longo da história antiga e moderna, em que os invasores entravam num país, apoderavam-se do ouro, dos estoques de alimentos etc., aí incendiavam tudo e ainda passavam os vencidos ao fio da espada. A tradição anglo-americana é provocar guerras, forjando incidentes, falseando os fatos, de tal forma a convencer sua opinião pública e a dos demais países que o agressor é o agredido, aí executam ações de guerra contra este, geralmente desprovido de condições de defesa, realizam saqueios incalculáveis, como ocorreu na índia, de forma intensa e continuada, nos séculos XVIII, XIX e primeira metade do XX. No caso da guerra do ópio, através da qual forçaram a admissão de drogas na China, para poder receber as belas manufaturas chinesas de então, sem despender ouro, intensificaram a exploração das riquezas da China e ainda cobraram indenização desse país, como se fosse ele que tivesse levado à guerra.






No Brasil, em termos militares, bastam os precedentes de ter sido forçado a entrar na 2ª Guerra Mundial e ceder bases nesse contexto e da presença nas costas brasileiras em 1964 de bem-armada esquadra norte-americana, pronta a apoiar os governadores de Minas, São Paulo e Rio, além dos comandos militares, insurretos contra o governo federal. Basta, ainda, de um lado, o super-armamento de potências imperiais, EUA e Reino Unido, com bases em toda a América do Sul, e, de outro, o completo desarmamento do Brasil, conseqüência do subdesenvolvimento do País causado pela desnacionalização da economia desde 1954 e pelo desmonte da indústria bélica nacional etc.






Com isso no pano de fundo, bastam para dominar o Brasil: o ataque ideológico, com a grande mídia a serviço das potências imperiais, a maior parte do pensamento político, econômico etc., emanado de universidades de nomeada financiadas por grandes empresas transnacionais; a mentalidade criada pela indústria do entretenimento, pelo marketing, pelas marcas estrangeiras e por aí vai. Com isso grande parte dos letrados e iletrados no Brasil tem a opinião formada pela VEJA, criada para isso com a ajuda de empresas ligadas à CIA, pela TV-Globo, idem, idem, além de outros grupos midiáticos.






Ainda assim, houve resistência às privatizações por parte de manifestantes, alguns sindicais, e de membros do Ministério Público que fizeram petições demonstrando os absurdos das negociatas, obtendo liminares para sustá-las, as quais foram derrubadas em Tribunais Superiores, sabendo-se que a cúpula dos três poderes no Brasil se subordina por inteiro às pressões da oligarquia financeira mundial (à qual estão subordinados também os governos dos países ditos desenvolvidos, que a ajudam na pressão imperial sobre o Brasil). De resto, os tribunais nunca examinaram o mérito das ações impetradas contra a privatização. Deixaram que ela ocorresse, cassando as liminares, e ficou tudo engavetado.






Hoje, portanto, ficou ainda mais sem sentido tentar avaliar as estatais privatizadas na moeda podre, que é o dólar, completamente inflacionado e destinado a ser trocado por outra moeda de vigaristas. De fato, o dólar não vale mais quase nada, hiperinflacionado que está, e prestes a desabar ainda mais. Basta dizer que a onça de ouro beira US$ 1,400.00, e se cotava a pouco mais de 200 dólares em 2002. E isso ainda é só o começo.






E não foram só as privatizações: há ainda as políticas e as medidas específicas para desnacionalizar as médias e grandes empresas de capital nacional, hoje também quase todas em poder de transnacionais, já que foram adquiridas por estas por frações de seu valor real, mesmo sem contar que esse valor seria muito mais elevado se mais de quatro quintos de sua população não vivessem em condições econômicas lamentáveis.






Não duvido de que também haja corrupção entreguista no governo de Lula. Entretanto, o grau de envolvimento deste com esse esquema me parece incomparavelmente menor do que o da gang tucana. Por que? Porque, se Lula não tomou medidas para reverter o processo que já vinha desde Collor, de entregar tudo, e foi intensificado por FHC, pelo menos o desacelerou grandemente.






ML - O Governo Lula estaria assim na sua opinião procurando atender, de forma bonapartista as duas vertentes básicas da economia - a que propõe a privatização e a que propõe a estatização - para assim se pepetuar no Poder? Isso explicaria o apoio de Lula ao MST e ao Chávez?






AB - Não tenho elementos para responder essas perguntas objetivamente. Penso que Lula, que é, sem dúvida, homem esperto, trata de conseguir bases internas de sustentação política e eleitoral. Assim, dá prioridade a programas de distribuição de renda, evita o quanto pode políticas recessivas (embora não interfira na política de juros altos do BACEN, porque sabe que seria derrubado se o fizesse). Em suma, seu objetivo é se manter no poder, enriquecer no processo, o que também ajuda na sustentação política, e vai manobrando entre o que se chamaria a direita e a esquerda.






A realidade é que qualquer presidente no Brasil só chega a isso – e até a candidato – se tiver o beneplácito do sistema de poder da oligarquia financeira anglo-americana. Logo ao ser eleito em 2002, Lula fez duas nomeações de imediato, determinadas por esse sistema: a de Meirelles para o Banco Central e Marina da Silva para o Meio Ambiente.






Mas em muitas áreas, inclusive a de defesa, a do desenvolvimento nuclear, houve apreciável melhora sob Lula. Na área do petróleo, embora timidamente, Lula é muito menos entreguista do que a gang de FHC. Esta, já encarapitada no bonde de Serra, quer atender às transnacionais do petróleo de forma radical.






A política de infra-estrutura e o apoio ao agronegócio e aos grandes empreiteiros (esses estão contentes com Lula) pode envolver corrupção, mas é muito menos nociva ao País do que aquela que privilegia exclusivamente empresas de capital estrangeiro e trata de enfraquecer grandes grupos nacionais a se venderem às transnacionais.






ML - A Rede Globo e o Grupo Pão de Açúcar que recorreram ao capital estrangeiro teriam sido também sido vitimas desta estratégia de desnacionalização ou se enfraqueceram devido à concorrência de outras empresas? Curiosamente a Globo foi se socorrer de capital mexicano. (ou capital anglo-americano "nacionalizado"?)






AB - A Rede Globo, desde antes de 1964, foi capitalizada pelo poder imperial estrangeiro, podendo-se considerar uma associada tradicional ou, antes, uma subordinada local. Slim, o magnata mexicano da TV, tem trajetória semelhante à de Roberto Marinho. O Grupo Abílio Diniz faz parte da suboligarquia local que se alia ao capital estrangeiro. O enfraquecimento da posição concorrencial de empresas brasileiras é, na maioria dos casos, consequência da política econômica, da abertura da economia ao capital estrangeiro e das vantagens que este tem sobre as firmas nacionais. É vítima, portanto, da estratégia de desnacionalização: sendo a política econômica a que é, a empresa nacional tende a perder na concorrência. Não porque ela seja necessariamente menos competente, mas porque as transnacionais usam a força decorrente de sua dimensão em numerosos mercados mundiais, seu poder financeiro muito maior, seu acesso a crédito mais barato etc. Mesmo que sejam mais competentes, não há vantagem para o País em abrir o mercado para elas, porque após dominarem o mercado, seus cartéis só tratam de transferir ganhos para o exterior, e, assim, se produzem as crises de contas externas, o endividamento, a intervenção do FMI para priorizar o pagamento, a política de contenção de gastos, que elimina os investimentos produtivos e destina tudo aos pagamentos financeiros.






Finalmente, não vejo muito sentido em comparar os patrimônios acumulados no Brasil por corruptos de grande porte. Isso porque, em geral, não contamos com dados sobre o que eles acumularam em contas e em outros ativos no exterior.






ML - A criação das Nações Indigenas é um projeto de FHC? Lula fez alguma coisa para desmontar este projeto? E quanto às nossas riquezas minerais, como o nióbio, Lula tomou alguma providência ou aderiu ao entreguismo de FHC?






AB - Obviamente, FHC é o príncipe dos entreguistas, mas está longe de ser o único deles. As reservas indígenas vêm de bem mais longe, pois há decênios que as ONGs financiadas pela oligarquia mundial operam no Brasil, inserem-se na administração pública, controlam a FUNAI (como a área do meio-ambiente etc.) e executam o plano da oligarquia mundial, liderada no caso pela família real britânica. Sarney, podem dizer que é corrupto, e não sou eu que vou negar, mas política do jeito que ocorre nas pseudo-democracias aceitas como democracias pelo poder mundial, não se faz sem muito dinheiro, e quem não o arranja de algum modo, fica à mercê do poder absoluto das transnacionais e da mídia controlada por estas. Sarney não favoreceu as reservas indígenas, mas elas vêm de há mais tempo, tendo tido grande impulso com a reserva dita ianomâmi sob a impulsão de Jarbas Passarinho (governo Collor). Nesse ponto o PT é alienado e segue praticamente a mesma linha de FHC, de intensificar a expansão dessas zonas, destinadas a reservar os recursos minerais mais valiosos (preciosos e estratégicos) para a oligarquia financeira anglo-americana. Pode ser que ceda por pressão da coroa britânica e de outros donos do poder financeiro mundial, mas o faz.






ML - Depois desta onda avassaladora de corrupção que dominou o Brasil nos últimos 16 anos, o sr. não acha que embora a corrupção seja apenas um sintoma de uma grave enfermidade sistêmica, ela deveria estar na pauta dos principais problemas brasileiros? Ou o sr. propõe que a corrupção só será eliminada (ou reduzida significativamente) depois que for implantado um novo sistema econômico em nosso país?






AB - Realmente a corrupção é sistêmica. Tentar combatê-la apenas no varejo só agrava o problema. Ou seja, por exemplo, quando o sistema condena gente honesta como os Capibaribe, do Amapá, e os deixa como ficha-suja, não só comete grave injustiça, mas favorece os corruptos, inclusive de alto coturno, que servem o sistema de poder, comandado pelas transnacionais. Mesmo, quando o político é corrupto de fato, como Roriz, o próprio Sarney, Maluf, Quércia e muitos outros, ainda assim ele é "n" vezes preferível a indivíduos como Sérgio Cabral, Aécio Neves, Marina da Silva e "n" outros que estão aí com o favorecimento do sistema de poder mundial, praticando a corrupção no varejo e no atacado. Por fim, lembro que a mega-corrupção não é fenômeno típico dos últimos dezesseis anos. Em meu livro Globalização versus Desenvolvimento, menciono, entre outras coisas, três lances incríveis de corrupção (só na área do petróleo) havidas no governo do general Geisel, praticadas por e através de Shigeaki Ueki, como presidente da estatal e como ministro das Minas e Energia. Denunciados os esquemas a Geisel por seu secretário particular, o presidente demitiu a este e não a Ueki. Há que recordar também, entre os destaques da mega-corrupção mais antiga, os favorecimentos incríveis prestados ao Japão por Eliezer Batista, à frente da Vale Rio Doce e do mesmo ministério das Minas e Energia.






ML - O sr. tem se colocado simultaneamente contra o capitalismo e contra o socialismo marxista que prega a extinção da sociedade dividida em classes sociais. No que a sua proposta voltada para "economia de mercado" se distingue do capitalismo? A economia de mercado não é uma das premissas do capitalismo? O que diferencia a sua economia de mercado da economia capitalista?






AB - A economia de mercado é antítese do capitalismo, na medida em que o defino como o sistema que permite e favorece a concentração econômica, não impondo qualquer limite legal, nem intervenção estatal alguma, voltada para impedir a eliminação da economia de mercadoque é uma estrutura de mercadona qual existe concorrência e, portanto, incentivo à criatividade e ao desenvolvimento de tecnologias competitivas. Economia de mercado significa uma economia em que o mercado é uma espécie de arena em que os bens e serviços se impõem por sua qualidade e preço. Capitalismo, ao contrário, é caracterizado pelo predomínio de oligopólios, cartéis e monopólios. Sob o capitalismo, o mercado não decide nada (portanto, não é economia de mercado). Tudo está previamente decidido administrativamente pelas empresas dominantes, que, assim, obtêm lucros abusivos, fazem crescer assim seu poder, cada vez mais absoluto. As decisões administrativas, no caso, são piores ainda do que as de uma economia estatizada, pois certamente terão como único objetivo incrementar sempre mais o poder absoluto dos grupos “privados” dominantes. Com isso, estes, cada vez, mais detêm poder absoluto sobre a política. O sábio Machiavello já ensinava, no final do século XV e início do século XVI, que há duas fontes principais de poder: o ouro e as armas, e um se conquista por meio do outro. Fica claríssimo que concentração de poder econômico implica tirania política. Eis porque falar de democracia, nas ditas democracias ocidentais, não passa de piada de péssimo gosto,






Se a sua "economia de mercado" mantém a propriedade privada dos meios de produção, o que implica a manutenção da relação patrão-empregado, porque não considerá-la como um aprimoramento do capitalismo?






AB - Não vejo nada errado com a relação patrão-empregado. Mesmo numa estatal, os diretores-eecutivos têm de agir, na prática, como patrões e outros funcionários como empregados. No Japão e alguns outros países (no Brasil também ocorre em alguns casos) estes não deixavam de opinar sobre vários aspectos da produção e suas idéias eram discutidas em prol da empresa.






As constituições bem intencionadas (nesse aspecto) costumam incluir a norma da função social da propriedade. Isso significa que deve haver propriedade privada dos meios de produção. Do contrário, o poder fica desequilibrado, sem grupos sociais com capacidade de atuar politicamente sem pertencerem ao aparelho do Estado ou à administração de estatais. Além disso, há que dar espaço à criatividade, ao empreendedorismo, que são coisas muito positivas para economia, mas só florescem dentro de empresas não muito grandes. Não existem nas que controlam mercados a seu bel-prazer, com pouca ou nenhuma concorrência.






Isso quer dizer que o capitalismo valha a pena? Não. De jeito nenhum, pois, um sistema qe admite a concentração ilimitada do capital retira totalmente a função social da propriedade, e faz que o mundo dos negócios se torne o campo das ambições diabólicas, em que os líderes de grupos poderosos se comprazem em acumular poder despótico, gerando depressões, com o empobrecimento da classe média, fazendo e desfazendo governantes, como no cenário mundial atual, em que os grandes banqueiros fizeram lucros gigantescos com falcatruas financeiras e, quando estas deram com os burros n’água, receberam trilhões de dólares de ajuda dos governos dos EUA e dos governos europeus. Isso, enquanto o desemprego, que já não era pequeno, dobrou. Pergunto, isso é economia de mercado? Não isso é a coisa mais absurda que já ocorreu sobre a face da Terra.






Conclusão: não faz sentido essa de a economia de mercado ser aperfeiçoamento do capitalismo. O capitalismo é a degeneração da economia de mercado. Solução relativamente simples: impedir essa degeneração, por meio de leis, desde a Constituição, e por meio de controle social permanente, o qual só pode funcionar, enquanto o poder econômico estiver razoavelmente disseminado e, não como, no capitalismo, cada vez mais concentrado em mãos necessariamente malignas. Ou alguém concebe que se acumulem empresas e patrimônios de trilhões de dólares sem pensar senão em poder, poder e mais poder, sem qualquer respeito ou contemplação com o semelhante?






ML - O governo Lula, ao se distanciar dos EUA e se aproximar de seu clássico rival, a Inglaterra, não revelou assim que fez uma opção definitiva pelo capitalismo, opção essa confirmada pela aceitação e pagamento de nossa divida externa?






AB - Não sei em que Lula se aproximou da Inglaterra e se afastou dos EUA. Além disso, esses dois não são rivais. Os dois países poderiam até ser, mas as respectivas oligarquias, que vêm mantendo poder absoluto em ambos, são associadas, a ponto de formar um bloco só: a oligarquia financeira anglo-americana.






Com a entrada dos Bric's no mercado mundial, o sr. não acha que o poder anglo-americano deixou de ser hegemônico? Os Estados Unidos não são hoje dependentes novo Império Asiático liderados pela China?






AB - Não creio que exista império asiático. É possível que a ascensão da China represente um avanço na direção de um contexto de poder mundial menos desequilibrado. Mas ainda falta muito. Há que ver como a Índia e a Rússia evoluem, pois poderiam formar com a China um bloco capaz de resultar em avanço maior nessa direção. Mas o império ainda detém poder militar incomparavelmente maior que o desses todos reunidos e usa todos os seus recursos, inclusive os de seus serviços secretos, em que também investe pesado, para suscitar divisões, conflitos e guerras que façam manter sua hegemonia.






ML - Quais foram as medidas tomadas pelo Governo Lula que poderiam ser assimiladas pelo seu sistema de economia de mercado?






AB - Intencionalmente, não sei se houve alguma. Mas, quando se fomentam obras de infra-estrutura, e se realizam programas de distribuição de renda (embora se devessem criar os que geram trabalho diretamente, e não só indiretamente, como os atuais), se está expandindo o mercado. Mais importante, ainda, dar deliberadamente algum espaço a empresas nacionais em grandes obras, como as das plataformas de petróleo, constitui algo bem positivo, atenuando um pouco os efeitos das criminosas privatizações. Estas, de fato, entre suas perniciosas conseqüências, fizeram com que as grandes estatais deixassem de alocar obras para empresas nacionais, e de pôr especificações nas concorrências que viabilizassem a presença de pequenas e médias empresas nacionais de boa tecnologia, como ocorria, com as estatais, no setor hidrelétrico, nas telefônicas etc.



terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Inicio da série de entrevistas com Adriano Benayon - IMLB

Leia esta e outras matérias de interesse no site do Mãos Limpas Brasil.
http://www.maoslimpasbrasil.com.br/
* Adriano Benayon é doutor em economia pela Universidade de Hamburgo, ex-diplomata do Itamarati e autor do livro Globalização versus Desenvolvimento .


Prezados amigos. Estamos dando inicio a uma série de entrevistas com o economista Adriano Benayon. Nesta 1a. entrevista questionamos este defensor ferrenho dos interesses nacionais, a respeito da ação predatória dos grandes bancos instalados no Brasil. Na nossa sessão de colunistas você encontrará o artigo "Bancos Predadores" na integra. Todas as entrevistas com Benayon serão baseadas em nossa "Ideologia Zero" através da qual mergulhamos nos assuntos controversos sem nenhum "part pris", em busca exclusivivamente dos fatos e da explicação dos fatos, isentos de qualquer posicionamento ideológico prévio, de esquerda ou de direita, liberal ou conservador, pró-privatização ou pró-estatização. Se você quiser aderir ao espirito cientifico que caracteriza a Ideologia Zero, pode recorrer a estes procedimentos lógicos:

Adriano Benayon


BANCOS PREDADORES
1. A grande mídia é extremamente aberta às versões idílicas e fantasiosas da realidade, veiculadas por gente ligada aos concentradores da finança, os quais acionam os cordéis das marionetes aboletadas no Banco Central e demais órgãos com poder sobre a moeda e o crédito. Não é para menos, haja vista, por exemplo, as matérias pagas, com dezenas de páginas inteiras, dos balanços dos grandes bancos, a cada trimestre.

Ideologia zero - Nada a opor.

2. Exemplificativo da associação entre eles e a grande mídia é a publicação mensal, pela Folha SP, de artigos do presidente do notório banco estrangeiro Santander, patrocinador das palestras de FHC. O Santander recebeu deste, em 2000, a doação do BANESPA, o maior banco estadual do mundo, com extensa rede de agências por São Paulo e todo o Brasil. Essa doação fez parte do maior festival do Mundo de benesses escandalosas para o capital estrangeiro, as “privatizações”.

Ideologia zero - Nada a opor.

3. Comparados a essas operações, os casos de corrupção a que a mídia costuma dar ênfase, assemelham-se a meras travessuras de crianças. Nas privatizações, o Estado (União, Estados e municípios) alienou patrimônios inestimáveis e, ainda, gastou, para isso, centenas de bilhões de reais em subsídios e outras vantagens. Os preços dos leilões da privatização, além de ridículos em relação aos patrimônios alienados, não foram senão uma cortina de fumaça para ocultar a realidade de que os preços foram negativos.

Ideologia zero - Nada a opor

4. Vejamos o que diz o presidente do Santander em artigo na Folha SP, de 05.12.2010, intitulado o “O Papel dos Bancos”:
“De forma simplificada, cabem aos bancos três importantes papéis na sociedade: 1) proteger e rentabilizar a poupança dos indivíduos e das empresas; 2) financiar o consumo e o investimento; 3) prover serviços de pagamento e de recebimento.”

5. Na realidade, os bancos fazem estas coisas com o dinheiro dos outros: a primeira é receber dos clientes depósitos à vista, sobre os quais não pagam juros, e ganhar juros do Banco Central, sobre o percentual dos depósitos recolhidos a essa instituição.

Ideologia zero - Todo o mundo sabe que os bancos ganham dinheiro usando o dinheiro dos outros. Por isso, há muitos anos eu não tenho conta em banco. Agora sou obrigado a ter por causa do Mãos Limpas. Em outubro abri uma conta na CEF porque um cliente meu mandou. Essa conta da CEF será usada provisoriamente para o Mãos Limpas enquanto não abrirmos uma conta em nome do Mãos Limpas, o que requer a eleição de um novo coordenador que more na cidade de São Paulo. Mesmo assim é uma conta poupança só movimentada em último recurso. E nada de talão de cheque.

6. A segunda é aplicar em títulos do Tesouro e fazer empréstimos a empresas ou a pessoas físicas com a parte dos depósitos não recolhida ao BACEN. Nos empréstimos e financiamentos às empresas cevam-se com juros a taxas equivalentes, em média, a pelo menos três vezes o valor decorrente da taxa SELIC, de 13% aa., que auferem nos títulos do Tesouro.
Ideologia zero - Ok.

7. Essa, cerca de 7% aa., descontada a inflação, é de longe a mais alta praticada em todo o Planeta, sem que haja razão válida alguma que o justifique. Nos empréstimos e financiamentos a pessoas físicas as taxas vão de quatro a doze vezes os 13 pontos percentuais da SELIC (52% a 156%), e até mais que isso nos cartões de crédito.
Ideologia zero - Aqui uma dúvida: a taxa de juros não é o meio indispensável para se combater a inflação?

8. As vítimas com renda regular, como salários, são saqueadas através de taxas de juros não tão altas, embora ainda de usura, na modalidade que teve enorme expansão nos últimos anos, o crédito consignado, que propicia aos agiotas não ter qualquer risco, recebendo as prestações descontadas em folha. Chamam isso de democratização do crédito, um modo de extorquir dinheiro de forma massificada.

Ideologia zero - Mas este crédito não é uma mola propulsora do mercado interno?
9. A terceira atividade destina-se aos clientes de maior renda, a quem são oferecidas aplicações em títulos e em fundos de investimentos, que remuneram as poupanças, mas evidentemente proporcionado aos bancos taxas e comissões nada desprezíveis.

Ideologia zero - Ok.

10. Outro papel dos bancos, segundo o presidente do Santander, seria “financiar o consumo e o investimento”. Nessa “tarefa” obtêm lucros desmedidos, porque, como explicado nos itens anteriores, os bancos “trabalham” com dinheiro que não lhes pertence, em geral nada pagando para dispor dele, e obtêm lucros fabulosos através dos juros.

Ideologia zero - Até o Vice-Presidente de Lula declarou publicamente que a taxa de juros praticada no Brasil é um roubo.

11. Não admira que os lucros dos bancos no Brasil cresçam a taxas vertiginosas desde o início dos oito anos do governo radicalmente entreguista de FHC e, ainda mais, nos oito anos de Lula. Em 2009, os três maiores bancos (BB, Itaú e Bradesco) somaram lucros oficiais de quase R$ 30 bilhões, cifra que será superada em 2010.

Ideologia zero - Ok.

12. Com o dinheiro dos depositantes, do qual os bancos podem emprestar e aplicar um múltiplo, os bancos criam moeda e crédito. Que privilégio, que concessão! Eles têm uma patente que permite fabricar dinheiro, simplesmente lançando em seus livros (computadores) depósitos nas contas dos mutuários dos empréstimos. Esses mutuários, ao contrário, têm que ralar, têm que produzir para pagar ao banco as amortizações e os juros, e esse dinheiro se torna dinheiro do banco.

Ideologia zero - Ok.

13. Não bastasse isso, praticam também o “dollar carry-trade”, que consiste em converter em reais os dólares captados a juros negativos i.e., a taxas inferiores à depreciação dessa moeda fajuta, a fim de mamar com as altíssimas taxas de juros praticadas no Brasil. Os dólares estão sendo emitidos, sem limite algum, aos trilhões, pelo FED, para ser dados aos grandes bancos e para adquirir destes os títulos podres (derivativos mal lastreados), salvando-os das consequências de suas jogadas fracassadas.

Ideologia zero - Ok.

14. No caso específico do Santander, este chegou a remeter a paraísos fiscais, em 2009, lucros obtidos no Brasil de US$ 2 bilhões, para cobrir rombos de operações especulativas em mercados financeiros do exterior. Em 2009, 20% dos lucros mundiais do Santander, de quase 9 bilhões de euros, vieram do Brasil, graças à privatização, que lhe faz até hoje faturar alto com a rede do BANESPA, herdada mais do que de graça.
Ideologia zero - Porque o sistema financeiro precisaria exagerar tanto? Tratando-se de capitalismo, não bastaria aos bancos fazerem um ótimo negócio? O capitalismo financeiro seria tão diferenciado do capitalismo industrial? Ou haveria uma razão psicológica para explicar as diferenças de comportamento?

15. Como partícipe destacado dos bancos fraudadores que geraram o colapso financeiro mundial, cuja primeira grande crise se deu em 2007/2008, o Santander é um dos mais encalacrados, por exemplo, com as bolhas imobiliárias da Espanha, do Reino Unido e outras. Assim, muitos estão rejeitando seus títulos.

Ideologia zero - As empresas capitalistas em geral não têm o menor interesse em se encalacrarem. Por que os bancos teriam?
16. Milhares de clientes do Chile queixam-se de dinheiro sumido em suas contas. Milhares na Espanha sofrem devido a práticas fraudulentas nas hipotecas. No Brasil, são também vultosas as reclamações sobre os serviços do Santander, mas a mídia o omite. Intencionalmente, o banco sobrecarrega o Judiciário, onde as demandas se arrastam por 10 a 20 anos. Enquanto a Justiça brasileira determina 1% a.m. de multa, mais correção, os bancos emprestam a 10% ao mês, no cheque especial, o que teriam de indenizar. No Santander, um dos que abusam dessa prática, seu sucessor herdará montanhas de indenizações a pagar.

17. O presidente desse banco diz que empresta para consumo e investimentos, mas quais são esses investimentos? - Operações financeiras alavancadas em: derivativos, como credit default swaps (CDS) e mortgage-backed securities (MBS); manipulações nos mercados de commodities, opções, títulos e ações; apostas em índices de juros, taxas de câmbio etc.

Ideologia zero - O crédito utilizado no financiamento de bens duráveis como automóveis não é uma das razões do sucesso (parcial) do Governo Lula?

18. No Brasil, emprestaram a consumidores, financiaram a aquisição de bens de consumo durável, criando uma bolha que tende a estourar, porquanto a combinação de taxas de juros abusivas e de superexposição (excesso de despesas financiadas em relação à capacidade de pagamento dos devedores) gerou altíssimos níveis de inadimplência.

Ideologia zero - Não estou visualizando nenhum estouro no Brasil. Estimo um crescimento do PIB de cerca de 4% para os próximos dois anos. Com essa redução signficativa da expansão do mercado o sistema terá condições de evitar qualquer crise mais grave.

19. Com a recessão econômica os tomadores dos empréstimos sofrem decréscimo de renda ou, no melhor dos casos, não têm crescimento de renda suficiente para fazer face às despesas com juros e amortizações. Quando isso ganha vulto, dá-se o estouro das bolhas.

Ideologia zero - No Brasil não haverá recessão econômica. A salvação do capitalismo depende hoje dos países emergentes! A própria China continuará crescendo, embora a taxas menores.

20. Quanto ao financiamento a atividades produtivas, houve algum, mas foi marginal em relação ao realizado por bancos públicos: BNDES, Caixa Econômica, Banco do Brasil e Nossa Caixa.

Ideologia zero - Quer dizer então que o Governo Lula literalmente "entregou o ouro para o bandido"?

21. Mundialmente, onde está a eficiência dos grandes bancos privados, se não para faturar somas inconcebíveis em operações especulativas e até fraudulentas, que depois geraram rombos imensos? Os rombos levaram os bancos centrais e os governos dos EUA e de países europeus e ao Banco Central Europeu, submetidos àqueles bancos, a emitir dezenas de trilhões de dólares para evitar que eles afundassem com seus ativos podres.

Ideologia zero - Esse fenômeno acabou de acontecer e não poderá se repetir pelo menos nos próximos 50 anos. O capitalismo vai aprendendo a corrigir suas falhas, de modo a se manter de pé, ao lado da pobreza mundial. Afinal a exploração do homem pelo homem se vale de estratégias e tecnologias bem arquitetadas. O homem é o lobo tecnológico do homem.
22. O Santander é um braço do grupo britânico Inter-Alpha, cujos ganhos dependem cada vez mais das taxas de juros usurárias com que o Banco Central do Brasil favorece os bancos, e a sangria sofrida pelos brasileiros pode atingir dimensões ilimitadas, por estar esse banco, além de outros, em vários países, com ativos podres em montante muito superior ao seu capital.

Ideologia zero - O Bacen não tomará as providências cabiveis para evitar uma crise do Santander no Brasil?

23. Além disso, deve haver um limite para a emissão de trilhões de euros, para socorrer bancos nessa situação, criada pela irresponsabilidade, desonestidade e incompetência dele, após terem causado prejuízos incomensuráveis à maioria da população dos países em que operam, os quais só tendem a aumentar.

Ideologia zero - Que interesse teriam os donos do poder financeiro em criar uma crise de gigantescas proporções para o sistema capitalista se eles dependem deste sistema?

24. Com efeito, tanto na Europa como nos EUA os orçamentos públicos já estão com déficits de tal monta, e as emissões já foram de tal ordem, que os títulos públicos já se encontram desacreditados, e não há mais como realizar novas operações de socorro (bail-out) em favor dos bancos privados sem causar a desordem e a desestruturação total das economias nacionais.

Ideologia zero - Creio que a crise lá fora é um assunto que precisaria ser discutido à parte.

25. Finalmente, o terceiro dos papéis salientados pelo presidente do Santander: prestar serviços aos clientes. Ora, no Brasil, com o beneplácito do Banco Central, que trabalha em favor deles e contra a sociedade brasileira, os bancos cobram taxas e tarifas de tal monta por tais “serviços”, que todas as suas despesas para funcionar são cobertas pela receita dessas taxas e tarifas, e ainda sobra muito dinheiro. Assim, os ganhos monumentais das operações financeiras não sofrem qualquer diminuição decorrente do custeio da máquina administrativa, mas, ao contrário, são aumentados com a diferença entre a receita das tarifas e as despesas operacionais.

Ideologia zero - Neste ponto teriamos que examinar a contabilidade do banco para verificar qual é participação no lucro das taxas, tarifas e resultados das operações financeiras.

Continuaremos assim que o Dr. Adriano conceder nova entrevista.
Esta e outras matérias podem ser lidas no site:

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

A palavra de quem entende.

O papel dos bancos predadores




Adriano Benayon * - 09.12.2010



A grande mídia é extremamente aberta às versões idílicas e fantasiosas da realidade, veiculadas por gente ligada aos concentradores da finança, os quais acionam os cordéis das marionetes aboletadas no Banco Central e demais órgãos com poder sobre a moeda e o crédito. Não é para menos, haja vista, por exemplo, as matérias pagas, com dezenas de páginas inteiras, dos balanços dos grandes bancos, a cada trimestre.



2. Exemplificativo da associação entre eles e a grande mídia é a publicação mensal, pela Folha SP, de artigos do presidente do notório banco estrangeiro Santander, patrocinador das palestras de FHC. O Santander recebeu deste, em 2000, a doação do BANESPA, o maior banco estadual do mundo, com extensa rede de agências por São Paulo e todo o Brasil. Essa doação fez parte do maior festival do Mundo de benesses escandalosas para o capital estrangeiro, as “privatizações”.



3. Comparados a essas operações, os casos de corrupção a que a mídia costuma dar ênfase, assemelham-se a meras travessuras de crianças. Nas privatizações, o Estado (União, Estados e municípios) alienou patrimônios inestimáveis e, ainda, gastou, para isso, centenas de bilhões de reais em subsídios e outras vantagens. Os preços dos leilões da privatização, além de ridículos em relação aos patrimônios alienados, não foram senão uma cortina de fumaça para ocultar a realidade de que os preços foram negativos.



4. Vejamos o que diz o presidente do Santander em artigo na Folha SP, de 05.12.2010, intitulado o “O Papel dos Bancos”:

“De forma simplificada, cabem aos bancos três importantes papéis na sociedade: 1) proteger e rentabilizar a poupança dos indivíduos e das empresas; 2) financiar o consumo e o investimento; 3) prover serviços de pagamento e de recebimento.”



5. Na realidade, os bancos fazem estas coisas com o dinheiro dos outros: a primeira é receber dos clientes depósitos à vista, sobre os quais não pagam juros, e ganhar juros do Banco Central, sobre o percentual dos depósitos recolhidos a essa instituição.



6. A segunda é aplicar em títulos do Tesouro e fazer empréstimos a empresas ou a pessoas físicas com a parte dos depósitos não recolhida ao BACEN. Nos empréstimos e financiamentos às empresas cevam-se com juros a taxas equivalentes, em média, a pelo menos três vezes o valor decorrente da taxa SELIC, de 13% aa., que auferem nos títulos do Tesouro.



7. Essa, cerca de 7% aa., descontada a inflação, é de longe a mais alta praticada em todo o Planeta, sem que haja razão válida alguma que o justifique. Nos empréstimos e financiamentos a pessoas físicas as taxas vão de quatro a doze vezes os 13 pontos percentuais da SELIC (52% a 156%), e até mais que isso nos cartões de crédito.



8. As vítimas com renda regular, como salários, são saqueadas através de taxas de juros não tão altas, embora ainda de usura, na modalidade que teve enorme expansão nos últimos anos, o crédito consignado, que propicia aos agiotas não ter qualquer risco, recebendo as prestações descontadas em folha. Chamam isso de democratização do crédito, um modo de extorquir dinheiro de forma massificada.



9. A terceira atividade destina-se aos clientes de maior renda, a quem são oferecidas aplicações em títulos e em fundos de investimentos, que remuneram as poupanças, mas evidentemente proporcionado aos bancos taxas e comissões nada desprezíveis.



10. Outro papel dos bancos, segundo o presidente do Santander, seria “financiar o consumo e o investimento”. Nessa “tarefa” obtêm lucros desmedidos, porque, como explicado nos itens anteriores, os bancos “trabalham” com dinheiro que não lhes pertence, em geral nada pagando para dispor dele, e obtêm lucros fabulosos através dos juros.



11. Não admira que os lucros dos bancos no Brasil cresçam a taxas vertiginosas desde o início dos oito anos do governo radicalmente entreguista de FHC e, ainda mais, nos oito anos de Lula. Em 2009, os três maiores bancos (BB, Itaú e Bradesco) somaram lucros oficiais de quase R$ 30 bilhões, cifra que será superada em 2010.



12. Com o dinheiro dos depositantes, do qual os bancos podem emprestar e aplicar um múltiplo, os bancos criam moeda e crédito. Que privilégio, que concessão! Eles têm uma patente que permite fabricar dinheiro, simplesmente lançando em seus livros (computadores) depósitos nas contas dos mutuários dos empréstimos. Esses mutuários, ao contrário, têm que ralar, têm que produzir para pagar ao banco as amortizações e os juros, e esse dinheiro se torna dinheiro do banco.



13. Não bastasse isso, praticam também o “dollar carry-trade”, que consiste em converter em reais os dólares captados a juros negativos i.e., a taxas inferiores à depreciação dessa moeda fajuta, a fim de mamar com as altíssimas taxas de juros praticadas no Brasil. Os dólares estão sendo emitidos, sem limite algum, aos trilhões, pelo FED, para ser dados aos grandes bancos e para adquirir destes os títulos podres (derivativos mal lastreados), salvando-os das consequências de suas jogadas fracassadas.



14. No caso específico do Santander, este chegou a remeter a paraísos fiscais, em 2009, lucros obtidos no Brasil de US$ 2 bilhões, para cobrir rombos de operações especulativas em mercados financeiros do exterior. Em 2009, 20% dos lucros mundiais do Santander, de quase 9 bilhões de euros, vieram do Brasil, graças à privatização, que lhe faz até hoje faturar alto com a rede do BANESPA, herdada mais do que de graça.



15. Como partícipe destacado dos bancos fraudadores que geraram o colapso financeiro mundial, cuja primeira grande crise se deu em 2007/2008, o Santander é um dos mais encalacrados, por exemplo, com as bolhas imobiliárias da Espanha, do Reino Unido e outras. Assim, muitos estão rejeitando seus títulos.



16. Milhares de clientes do Chile queixam-se de dinheiro sumido em suas contas. Milhares na Espanha sofrem devido a práticas fraudulentas nas hipotecas. No Brasil, são também vultosas as reclamações sobre os serviços do Santander, mas a mídia o omite. Intencionalmente, o banco sobrecarrega o Judiciário, onde as demandas se arrastam por 10 a 20 anos. Enquanto a Justiça brasileira determina 1% a.m. de multa, mais correção, os bancos emprestam a 10% ao mês, no cheque especial, o que teriam de indenizar. No Santander, um dos que abusam dessa prática, seu sucessor herdará montanhas de indenizações a pagar.



17. O presidente desse banco diz que empresta para consumo e investimentos, mas quais são esses investimentos? - Operações financeiras alavancadas em: derivativos, como credit default swaps (CDS) e mortgage-backed securities (MBS); manipulações nos mercados de commodities, opções, títulos e ações; apostas em índices de juros, taxas de câmbio etc.



18. No Brasil, emprestaram a consumidores, financiaram a aquisição de bens de consumo durável, criando uma bolha que tende a estourar, porquanto a combinação de taxas de juros abusivas e de superexposição (excesso de despesas financiadas em relação à capacidade de pagamento dos devedores) gerou altíssimos níveis de inadimplência.



19. Com a recessão econômica os tomadores dos empréstimos sofrem decréscimo de renda ou, no melhor dos casos, não têm crescimento de renda suficiente para fazer face às despesas com juros e amortizações. Quando isso ganha vulto, dá-se o estouro das bolhas.



20. Quanto ao financiamento a atividades produtivas, houve algum, mas foi marginal em relação ao realizado por bancos públicos: BNDES, Caixa Econômica, Banco do Brasil e Nossa Caixa.



21. Mundialmente, onde está a eficiência dos grandes bancos privados, se não para faturar somas inconcebíveis em operações especulativas e até fraudulentas, que depois geraram rombos imensos? Os rombos levaram os bancos centrais e os governos dos EUA e de países europeus e ao Banco Central Europeu, submetidos àqueles bancos, a emitir dezenas de trilhões de dólares para evitar que eles afundassem com seus ativos podres.



22. O Santander é um braço do grupo britânico Inter-Alpha, cujos ganhos dependem cada vez mais das taxas de juros usurárias com que o Banco Central do Brasil favorece os bancos, e a sangria sofrida pelos brasileiros pode atingir dimensões ilimitadas, por estar esse banco, além de outros, em vários países, com ativos podres em montante muito superior ao seu capital.



23. Além disso, deve haver um limite para a emissão de trilhões de euros, para socorrer bancos nessa situação, criada pela irresponsabilidade, desonestidade e incompetência dele, após terem causado prejuízos incomensuráveis à maioria da população dos países em que operam, os quais só tendem a aumentar.



24. Com efeito, tanto na Europa como nos EUA os orçamentos públicos já estão com déficits de tal monta, e as emissões já foram de tal ordem, que os títulos públicos já se encontram desacreditados, e não há mais como realizar novas operações de socorro (bail-out) em favor dos bancos privados sem causar a desordem e a desestruturação total das economias nacionais.



25. Finalmente, o terceiro dos papéis salientados pelo presidente do Santander: prestar serviços aos clientes. Ora, no Brasil, com o beneplácito do Banco Central, que trabalha em favor deles e contra a sociedade brasileira, os bancos cobram taxas e tarifas de tal monta por tais “serviços”, que todas as suas despesas para funcionar são cobertas pela receita dessas taxas e tarifas, e ainda sobra muito dinheiro. Assim, os ganhos monumentais das operações financeiras não sofrem qualquer diminuição decorrente do custeio da máquina administrativa, mas, ao contrário, são aumentados com a diferença entre a receita das tarifas e as despesas operacionais.

* Adriano Benayon é Doutor em Economia. Autor de “Globalização versus Desenvolvimento”, editora Escrituras. abenayon@brturbo.com.br


Membro do Instituto Mãos Limpas Brasil

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

UMA IMAGEM QUE NÃO VEREMOS, VITÓRIA DO POVO!

O Movimento ECO-VIDA – Em Defesa do Cabo de Santo Agostinho e o Movimento em defesa da Mata do Engenho Uchoa, receberam, em nota oficial, o posicionamento da prefeitura do Cabo de Santo Agostinho sobre a não instalação de uma Usina Incineradora de Lixo com sentimento de vitória.

Ambos os movimentos são compostos por entidades e pessoas reconhecidamente sérias e de tradição de lutas sociais e ambientais.

O Movimento em Defesa da Mata do Engenho Uchoa existe há mais de 30 anos lutando contra toda sorte de depredação de que foi alvo a mata. Diante da ameaça da instalação de uma usina para tratamento de lixo na APA Rousinete Falcão (APA do Uchoa) não poderia deixar de se indignar com as autoridades governamentais que, irresponsavelmente, assinaram as licenças prévias para a instalação da referida Usina, procurando com isso resolver o problema do lixo da cidade do Recife, que precisa de solução digna. O movimento têm consciência dessa necessidade, porem, é necessário que se busque alternativas conseqüentes e ecologicamente educativas.

A instalação desse empreendimento só prejudicaria o meio ambiente e,

consequentemente, toda a população do Recife e do Cabo de Santo Agostinho, cidade de 179.912 habitantes que receberia a unidade incineradora da Usina, que seria responsável pela contaminação da cidade, pois exalaria os mais perigosos gases: a dioxina e o furano, nefastos a vida de toda população, causadores dos maiores impactos ambientais.
Preocupadas com essa iminente ameaça, entidades dos mais variados segmentos sociais do Cabo de Santo Agostinho, criaram o Movimento ECO-VIDA, resposta ao silêncio que regia todo o andamento do processo de licenciamento do projeto, sobretudo no Cabo. Várias manifestações contrárias ao projeto foram encampadas, chegando-se a fazer um Ato Público no momento da inauguração do Hospital Dom Helder, com a presença do governador Eduardo Campos. Nesse Ato, com a interferência do governador, ficou garantida uma reunião na CPRH, realizada no dia 6 de julho do corrente com a presença de representantes do Movimento Eco-Vida e de representantes do Movimento em Defesa da Mata do Engenho Uchoa; na reunião com a CPRH deliberou-se a sistemática da Audiência Pública do dia 08 de julho do corrente no Clube das Águias e da realização de uma Audiência Pública no Cabo de Santo Agostinho.
Apesar de não ter havido audiências com o executivo municipal, a força do Movimento Eco-Vida e a mobilização do povo conseguiram o posicionamento oficial do prefeito do Cabo pela NÃO IMPLANTAÇÃO DA USINA DE INCINERAÇÃO.


O Movimento Eco-Vida e o Movimento em Defesa da Mata do Engenho Uchoa conseguiram derrotar o projeto da CTRD que seria implantado nas cidades do Cabo e do Recife. Por isso se consideram vitoriosos e com as energias renovadas para continuarem em vigilância permanente contra qualquer projeto que venha ameaçar o meio ambiente e a qualidade de vida da população.
Movimento Eco-vida
Movimento em Defesa da Mata do Engenho Uchoa

NOTA DO AUTOR DO BLOG: Parabéns a todos por esta vitória do povo cabense, Jairo Lima, Chico da Charneca, Eli, o incansável batalhador nas lutas em defesa dos direitos do povo o saudoso CARLOS ROBERTO DOMINGOS DE MOURA (MOURA DO PORTAL CABO) e tantos outros que contribuiram dedicando horas em defesa do meio ambiente.




Parabéns a todos.


ET: Os amigos do Movimento Mata do Engenho Uchôa que sempre estiveram ao lado dos cabenses nessa batalha, nossa gratidão.